
A banda das duas tem o nome relacionado à cor dourada dos cabelos. Uma é de fato loira e teve o auge do sucesso por volta do fim dos anos
1970. A outra tem o cabelo castanho, e está no auge do sucesso neste exato momento. A primeira é Debbie Harry, vocalista do Blondie. A segunda é Kate Jackson, vocalista do Long Blondes, sexto lugar na lista cool da NME no ano passado. A semelhança entre as duas – ou entre a banda das duas – já foi objeto de muitos comentários no mundo da música. A questão é que por mais clichê que isso seja, sair à procura de traços que atestem a influência exercida entre uma banda e outra é sempre uma tarefa válida. Uma das bandas precursoras do New Wave, o Blondie tem esse nome graças aos caminhoneiros tarados que passavam pela banda na estrada e colocavam a cabeça para o lado de fora da janela para gritar “louraaça”. Pode-se dizer que grande parte – ou quase toda – do sucesso conquistado pela banda se deve à Debbie. De personalidade forte e do tipo feminista e que sabe o quer, suas performances impressionam principalmente pela atitude. Quando o Long Blondes surgiu no início de
2006 a sensação que se tinha ao assistir as primeiras apresentações da banda ao vivo era a de resgatar levemente uma imagem um tanto quanto indefinida na memória. Pois é, no meu caso e acredito que no caso da maioria das pessoas, essa imagem era o Blondie. A semelhança não está apenas no comportamento das vocalistas no palco, o som também tem lá seus acordes
em harmonia. No myspace do Long Blondes, Blondie não é citada como uma influência, mas ainda assim é difícil não perceber a relação de proximidade que tem as duas bandas. A banda de Debbie retomou as atividades em 1999, com shows, um CD e um DVD gravados ao vivo.

Pic By Dean Chalkley
Há quem diga que o Long Blondes é a banda mais cool do UK hoje. Independente de qualquer semelhança com qualquer outro grupo, eles estão em um processo de ascendência constante. Enquanto diversas bandas saíram do palco principal para tocar em palcos menores no line up da Carling Weekend desse ano, eles saíram do palco NME em direção ao main. Não é um fenômeno-de-evolução-de-palcos como o Arctic Monkeys, que foi do menor ao maior palco em um ano, mas isso demonstra o quanto a banda vem crescendo ultimamente. O debut Someone to Drive You Home de letras totalmente feministas e produzido pelo ex-baixista do Pulp, Steve Mackey, foi lançado esse ano no Brasil pela Trama. Os casaquinhos da vovó, os lencinhos no pescoço, as saias no joelho e o comportamento de Kate remontam totalmente aos anos cinqüenta, assim como todo o resto da banda. Eles foram recentemente convidados pelo Tate – grupo de galerias de arte espalhadas pelo UK – para fazer parte de um projeto cujo objetivo é compor músicas tomando por inspiração pinturas de alguma das galerias. Kate e seus companheiros de banda saíram pelo Tate Modern – uma das sedes do grupo, em Londres – à procura de um quadro para sua composição. A obra escolhida foi “Untitled” de Jannis Kounellis, pintor grego famoso por inserir matérias não-usuais em suas obras, como pedaços de carne, lixo etc. “Untitled chamou nossa atenção porque nós vimos sua paisagem industrial seca e áspera e prontamente nos imaginamos dentro dela”, afirma a banda.

Jannis Kounellis - Untitled 1979
Não há dúvidas de que a sensação transmitida pelo quadro foi perfeitamente capturada por eles: a impressão negativa e forte vai gradativamente dando lugar a um espírito, digamos, revolucionário na medida em que a música composta especialmente para o projeto vai se incrementando e nos surpreendendo com seus altos e baixos. Sem exageros e rasgações, chega um momento em que os pássaros parecem ganhar vida e sair voando do quadro. Exposições deste tipo não são nenhuma novidade. Aqui mesmo no Paço Imperial do Rio já houve algumas parecidas. Mas o resultado alcançado nesta do Tate, em especial, é de fato destacável. Além do Long Blondes, o projeto também conta com a participação do Klaxons, The Land Scapers, Chemical Brothers, Rol Deep, Graham Coxon, Union Of Knives, The Real Tuesday, Man Like Me, Lethal Bizzle e Basement Jaxx, que compõem músicas para obras de artistas como Andy Warhol e Anish Kapoor. A música do Long Blondes – assim como todas as outras compostas pelas outras bandas – pode ser escutada com o acompanhamento da pintura no site do Tate:
http://www.tate.org.uk/modern/tatetracks/longblondes_kounellis/.
Tate Track (The Long Blondes -
Untitled Janis Kounellis)
Links:
X Ofender - Blondie:
http://www.youtube.com/watch?v=sZ6fpSdQQKc(Behind) Closed Doors - The Long Blondes (Kate cantando dentro de um elevador):
http://www.youtube.com/watch?v=5ywBMF27VkA
cheers.
4 comentários:
Olá, muito legal seu blog. As entrevistas com magic numbers e rakes foram bem legais. Pena não ter visto o festival.
Long blondes é uma das minhas preferidas dessa novas geração inglesa. Tu já ouviu goodbooks? Vale a pena.
Abraço
Long Blondes é o que há. Gosto bastante. Estou até começando a gostar de bandas com vocal feminino.
Bizarro, não?!
B-jaum!
Meio por acaso, descobri seu blog. Gostei do que li, bons textos.
Com certeza voltarei outras vezes.
Abraço!
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