18.6.07

Marie Antoinette

A expectativa para o lançamento do terceiro filme de Sofia Coppola foi grande, mas a imprensa brasileira não pareceu dar muita importância ao fato. O filme é bom e não decepcionou, muito pelo contrário. Com uma linguagem totalmente nova, Sofia consegue comparar brilhantemente a juventude atual com a aristocracia francesa do século XVIII. O que realmente chamou atenção foi a trilha. Pessoas normais - ou não - quando assistem a um filme geralmente avaliam logo a fotografia, o figurino, a maquiagem ou a atuação. Existe um outro grupo de pessoas que desde a primeira cena fica de ouvidos alertas para avaliar a trilha e ver se ela combina. Para muitos inseridos no segundo grupo a mais nova produção de Sofia seria um ultraje à história e tradição dos filmes de época. Ela simplesmente ignora o fato de que um filme de época tradicionalmente traz músicas de época, e ousa ao misturar 80’s, pós-punk, música eletrônica e outras coisinhas novas. Ao chegar para a sessão, a primeira impressão é de que você entrou na sala errada. Uma coisa punk bem porradinha tocando enquanto os créditos iniciais passam numa tela rosa. Daí você pensa: Gente, não era um filme de época? Pouco depois do meio do filme, me esforçando para ficar confortável em uma cadeira de madeira de um cinema de quinta - fazer o quê... são os únicos que exibem os filmes rejeitados pela pobre imprensa nacional - ouço What Ever Happened. Sim, isso mesmo... As batidas de Fabrizio Moretti invadem a tela assim sem aviso prévio nem nada. Apesar de curta, a cena é suficientemente impactante para te fazer olhar pro lado e se perguntar se aquilo era realmente um efeito desejado ou se foi um lapso de algum editor moderninho que acabou trocando as fitas. O filme segue com essas surpresas, e quando vai chegando o final você já fica esperando qual vai ser a próxima. O resultado alcançado é genial. Co-dirigido por Roman Coppola, premiado em Cannes e levando o Oscar de melhor figurino, Marie Antoinette só veio a acrescentar no brilhante início de carreira da Srta. Coppola. Roman, irmão de Sofia que também co-dirigiu Virgens Suicidas, também é o diretor de todos os clipes das músicas dos dois primeiros álbuns do Strokes, Is This it e Room On Fire. Isso explica a proximidade da família com a banda. Para os curiosos que ainda não viram o filme e querem saber quais são as outras surpresas, segue o tracklist completo da trilha:



Disco 1
1. "Hong Kong Garden" - Siouxsie & The Banshees
2. "Aphrodisiac" - Bow Wow Wow
3. "What Ever Happened" - The Strokes
4. "Pulling Our Weight" - The Radio Dept.
5. "Ceremony" - New Order
6. "Natural's Not In It" - Gang Of Four
7. "I Want Candy (Kevin Shields Remix)" - Bow Wow Wow
8. "Kings Of The Wild Frontier" - Adam & The Ants
9. "Concerto in G" * - Antonio Vivaldi / Reitzell
10. "The Melody Of A Fallen Tree" - Windsor For The Derby
11. "I Don't Like It Like This" - The Radio Dept.
12. "Plainsong" - The Cure

Disco 2
1. "Intro Versailles"* - Reitzell / Beggs
2. "Jynweythek Ylow" - Aphex Twin
3. "Opus 17" - Dustin O'Halloran
4. "Il Secondo Giorno (Instrumental)" - Air
5. "Keen On Boys" - The Radio Dept.
6. "Opus 23" *- Dustin O'Halloran
7. "Les Baricades Misterieuses"* - Francois Couperin / Reitzell
8. "Fools Rush In (Kevin Shields Remix) - Bow Wow Wow
9. "Avril 14th" - Aphex Twin
10. "K. 213" * - Domenico Scarlatti / Reitzell
11. "Tommib Help Buss" - Squarepusher
12. "Tristes Apprets.." - Jean Philippe Rameau /W. Christie
13. "Opus 36" *- Dustin O'Halloran
14. "All Cat's Are Grey" - The Cure

Track 3 (The Strokes - What Ever Happened)

Cheers.

Um comentário:

Anônimo disse...

A cadeira não era tão desconfortável assim... você que estava agitado com a trilha, rs.

Beijo